Juízes, advogados e defensores brasileiros participam de encontro no Vaticano e se reúnem com o Papa Francisco no âmbito do evento "Direitos sociais e a doutrina franciscana".
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
O Papa Francisco desperta em qualquer pessoa o melhor de humanidade que a gente possa ter: palavras da Dra. Kenarik Boujikian Felippe, recém-aposentada do Tribunal de Justiça de São Paulo do cargo de desembargadora da Corte.
A Dra. Kenarik é uma das brasileiras convidadas a participar, no Vaticano, do encontro “Direitos Sociais e Doutrina Franciscana”, organizado pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais.
O evento nos Jardins Vaticanos se encerra com o pronunciamento do Papa Francisco, com quem Kenarik Boujikian já esteve em outras ocasiões, nos encontros com os movimentos sociais:
O Papa Francisco desperta em qualquer pessoa o melhor de humanidade que a gente possa ter. Este encontro que ele propõe com os juízes parte desta premissa: vamos despertar esta humanidade em nós, vendo a humanidade em todas as pessoas. A palavra do Papa Francisco é de enorme valor para toda a humanidade. É uma grande liderança no mundo inteiro e ele, com certeza, vai nos dar luz para que a gente possa seguir caminhando num mundo melhor.
Direitos sociais e doutrina franciscana
Outro participante brasileiro é o Defensor Público Federal Jair Soares Júnior. Em entrevista ao Vatican News, ele explica o tema do encontro: Direitos sociais e a doutrina franciscana:
Os Direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais têm uma relação muito forte com a doutrina franciscana e com a própria doutrina propagada pelo Papa Francisco. Os Direitos sociais sempre foram colocados pelo modelo de Estado liberal como um direito de segundo plano, de segunda categoria, no qual nem mesma a justiciabilidade estaria integralmente garantida. Pela doutrina franciscana e pela doutrina moderna atual, estes Direitos são ampliados por uma intensa carga de fundamentalidade, ou seja, são Direitos fundamentais, que garantem a dignidade da pessoa humana. E o ser humano, como uma pessoa integral, não pode estar dissociado de seus Diretos econômicos, sociais e culturais, sob pena de os Direitos de liberdade não serem assegurados.